segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Pra pensar ou não

Certo, de amor o meu coração está cheio. Ultimamente não tenho tido crises de identidade, personalidade, existência ou de qualquer outra natureza. Tenho sido preenchido por um espírito "Alberto Caeristico", se me permitem o neologismo.
Mas nem só de beleza, ou de tristeza, vive a alma. E já que a metafísica se tornou irracional e controversa demais para mim, fujo para outro campo de batalha: o político-social.
O que tem se tornado rotineiro, e falo isso com o testemunho ocular de meu pai e de muitas outras pessoas com mais idade, é a banalidade da violência. É impossível ligar a TV em algum telejornal e fugir de pelo menos uma notícia sobre assassinato ou qualquer outro barbárie por um motivo banal. Disso podemos tirar, de duas, uma conclusão: ou o telejornalismo se tornou sensacionalista e preguiçoso, a ponto de recorrer a fatos fáceis de serem expostos e que dão relativa audiência, ou o mundo realmente se dirige a um rumo onde a humanidade tem o decrescimento da sua civilidade.
Acho que as pessoas hão de concordar que as duas afirmativas tem uma certa veracidade.

Ultimamente, as formas de mídia tem se valido de fatos estarrecedores, chocantes ou até mesmo “bobos” para manterem sua audiência e, é claro, seus patrocinadores. Digo “chocante” por um motivo bem fácil de compreender, basta olhar a foto de capa de um caderno policial de um dos jornais paraenses; digo “bobo” por um motivo ainda mais fácil de compreender, isso pode ser bem ilustrado em vários episódios como o de Susan Boyle ou até mesmo a morte de Michael Jackson – que acabou se tornando num espetáculo.
A TV se tornou um imenso deserto intelectual. É muito raro encontrar oasis que oferecem informações úteis e interessantes, como alguns programas exibidos por emissoras como a MTv, a Tv Cultura e a Record News.
Claro que não é meu objetivo julgar ou desmerecer qualquer emissora de televisão. Mas que os programas poderiam ter um nível muito maior, poderiam.


Mas é claro que o fator mais importante, na maioria das vezes, não está associado à quem exibi, e sim ao que acontece.
É inegável que os índices de violência tem feito uma escalada vertiginosa, isso é estatisticamente provado. A verdadeira questão, além de resolver este problema, está em compreender os motivos pelos quais isso acontece. Não falo dos problemas expostos em jornais, aqueles que todo mundo já conhece, como: analfabetismo, má distribuição de renda e baixa escolaridade. Falo dos motivos que levam a estes problemas que acabei de citar, que são pré-requisitos para essa violência tão alarmante.
Se eu fosse um comunista, citaria os baixíssimos índices de violência que Cuba apresenta e apontaria o capitalismo como a raiz do problema - e para o comunismo com sua solução. Se eu fosse um capitalista veemente, exibiria os baixos índices de violência e os elevados índices de desenvolvimento social que países capitalistas desenvolvidos, tais como Finlândia e Noruega, apresentam; apontaria para os governos e para os fatores históricos como sendo os responsáveis pela condição de medo ao qual somos submetidos.
Como não sou nem um nem outro e procuro fugir dos extremos, ainda continuo com essa dúvida martelando nos meus pensamentos.



Opa, Caeiro me enche o espírito novamente. Chega de pensar.

“Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...”

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Caso alguém que entenda a língua portuguesa queira apontar algum erro grotesco, sinta-se à vontade; caso alguém queira apontar falhas ou queria fazer criticar, o espaço de comentários é todo seu.

Um comentário:

Mah Jardim disse...

Ficou muito bom o texto.É um caso e se pensar sim, e como devemos pensar!